Giselle Gomes Souza, ou Nega Gizza, nasceu em Brás de Pina, subúrbio do Rio. Com o discurso afiado e a voz firme, Gizza teve (e tem) talento e rimas de sobra para se firmar num meio onde, até então, destacavam-se apenas vozes masculinas.
Filha de empregada doméstica, aos sete anos, vendia refrigerante e cerveja com seus irmãos no Centro do Rio. Mesmo tendo parado de estudar na sétima série, por não conseguir conciliar o trabalho com os estudos, Gizza sonhava em ser jornalista. Aos 15 anos, quando escutou uma música de rap pela primeira vez, se identificou imediatamente com o estilo musical.
Após ter perdido seu irmão, Márcio, morto pela polícia aos 27 anos, Nega Gizza foi “adotada” como irmã por MV Bill, que a convidou para participar de sua banda como backing vocal.
Entre 1999 e 2000, a cantora foi a primeira locutora de uma rádio de rap, no programa Hip Hop Brasil, da Imprensa FM e desde 2005 Nega Gizza apresenta o programa Hip Hop CUFA, da 107 FM . Em 2001, Gizza venceu o Hutúz – o mais importante prêmio de rap da América Latina – na categoria “Melhor Demo Feminino”. Seu primeiro CD conta com um time de primeira na produção: Zégonz (o DJ Zé Gonzalez, do Planet Hemp, que também trabalhou com Xis), DJ Luciano, Dudu Marote (dono do selo Muquifo Records), MV Bill, Gustavo Nogueira e Daniel Ganja Man (do Coletivo Instituto, de São Paulo).
Em Na Humildade, CD lançado em 2002, Nega Gizza veio mostrar que as mulheres também podem ter espaço num mercado dominado por rappers do sexo masculino, e sua voz forte pode abrir os caminhos para toda uma nova geração de vozes femininas.
Ainda no mesmo ano, lançou seu primeiro videoclipe, Prostituta. Dirigido por Kátia Lund e Líbero Saporetti e com fotografia de Ricardo de La Rosa, o clipe denuncia a realidade da prostituição no Brasil.
Além disso, Nega Gizza esteve em Cuba, com Kátia Lund, registrando imagens e depoimentos para a produção do documentário Fab, Hood e Pablo, que fala sobre rappers do Brasil, Estados Unidos e Cuba, ainda não finalizado. Em 2008, sob sua direção começou a ser produzido o documentário “Brasileiras” que retrata a vida de presidiárias em todo o Brasil, que ainda esta em fase de produção.
Em 2003, recebeu o Prêmio Orilaxé (Grupo Cultural Afroreggae) como “Melhor Cantora”.
Junto com MV Bill e Celso Athayde, Nega Gizza fundou a CUFA (Central Única das Favelas), uma organização não-governamental cuja forma de expressão predominante é o hip-hop, e que visa promover a produção cultural das favelas brasileiras, através de atividades nos campos da educação, esportes, cultura e cidadania. A partir desta oportunidade, jovens de comunidades produzem videoclipes, documentários, shows, e participam de diversas oficinas, nas quais trabalham com elementos de sua própria cultura.
Atualmente, Gizza também é uma das produtoras do Prêmio e do Festival Hutúz, que é o maior Festival de Hip Hop da América Latina; Presidente do Núcleo MariaMaria núcleo que foi criado pela CUFA com projetos direcionados somente para mulheres e Presidente da LIIBRA – Liga Internacional de Basquete de Rua com competições e campeonatos em todo o território Nacional.
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